quinta-feira, outubro 05, 2006

Eleições no Benfica

Passaram-se, desde o dia em que publiquei a minha primeira crónica neste espaço, alguns dias. Pensarão os prezados leitores que o vosso cronista atravessou uma crise de ideias, no que aos assuntos a abordar diz respeito, pelo facto de vos ter deixado votados ao abandono durante este período temporal? Descansem os mais incautos, pois tal cenário não se verificou, tendo ficado esta pequena pausa a dever-se, exclusivamente, a motivos profissionais, pois este não é o meu ganha-pão.

Estou de volta e isso é o mais importante. E vou falar-vos, naturalmente, sobre aquilo que vós quereis que eu fale: sobre futebol e, intrinsecamente, sobre o Sport Lisboa e Benfica, como não podia deixar de ser.

Como sabem os leitores do “Planeta Benfica”, nós, Sócios do Sport Lisboa e Benfica, iremos, dentro de menos de um mês, eleger os Corpos Sociais do nosso Glorioso Clube, para o triénio 2006-2009. Como sabeis, o actual Presidente da Direcção, Luís Filipe Vieira, volta a candidatar-se, afigurando-se, até ao momento, como o favorito à vitória final. Aliás, até este momento apenas uma candidatura, liderada por um ex-emigrante na Suécia, ousou apresentar-se a concurso, podendo daí inferir-se que o Universo Benfiquista está satisfeito com o trabalho desenvolvido por Luís Filipe Vieira, ao ponto de nenhum dos habituais pseudo-notáveis vir a terreno desafiá-lo. E, mesmo o referido candidato, vindo da Escandinávia, parece ser, à partida, apenas alguém que procura protagonismo através do nome do Benfica, e não um candidato no verdadeiro sentido da palavra. Ao invés de apresentar – pelo menos até ao momento – um projecto concreto e ideias com vista a convencer os sócios, limitou-se a criticar, sem fundamentos válidos, o trabalho desenvolvido por Vieira e seus pares e apresentou o nome de mais um D. Sebastião – desta vez o escolhido foi Erickson – para iludir os Benfiquistas, como se de gente ingénua se tratasse. Aliás, outro nome surgiu ligado a essa candidatura, o do nosso antigo capitão, António Veloso, como futuro Director Desportivo do Benfica, em caso de vitória da referida candidatura. O problema, para este nosso ex-emigrante, é que Veloso já veio a público negar tal possibilidade, provando-se, deste modo, que estamos, efectivamente, perante mais um oportunista. Claro que não ouvimos nenhum desmentido de Erickson, já que, provavelmente, deverá estar a gozar a sua reforma, conseguida, sem mérito algum, aliás, ao serviço da Selecção Inglesa.

Quer isto dizer que Luís Filipe Vieira é perfeito? Não. Significará isto que o trabalho de Vieira à frente do Benfica só tem aspectos positivos? Outra vez não. Vieira cometeu erros, sobretudo na gestão desportiva do futebol benfiquista. Mas tem méritos, sobretudo ao nível da recuperação da credibilidade da marca Benfica, ao nível da construção de um Estádio magnífico e de um Centro de Treinos que, segundo os especialistas na matéria, é do que de melhor existe na Europa. E com a vantagem de ser do Benfica, e não de uma Câmara Municipal que o arrenda ao clube.

É pena, evidentemente, que não apareçam mais candidaturas, mas sérias, para se poder fazer um debate de ideias honesto, de modo a que os sócios pudessem, depois desse debate sério, em consciência, escolher o melhor projecto para o Benfica. E como essas candidaturas sólidas não vão surgir, então é fácil de perceber que a única candidatura viável, neste momento, é a de Luís Filipe Vieira, pese embora os erros que existiram anteriormente.

Post Scriptum: Imagino como devem ter ficado tristes os meus leitores que simpatizam com o clube que treina no Centro de Estágios da Câmara Municipal de Gaia. Mas, nesta crónica, por estar a falar de coisas importantes – AS ELEIÇÕES NUM CLUBE SÉRIO E HONESTO – não poderia, obviamente, estar a perder tempo com insignificâncias. A seu tempo voltarei a deliciar-vos, dedicando-vos mais uma das minhas crónicas. Aviso-os, também, de que não valerá a pena tentarem picar-me nos vossos comentários, porque nem sequer perco tempo a lê-los. Aliás, recorrendo à linguagem tauromáquica, o Toureiro pica o touro, não o contrário. Então, aqui, eu pico o porco, nunca o contrário.

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