segunda-feira, outubro 09, 2006

O Padrinho...

Acho interessantíssima a lata que certas pessoas demonstram nas suas atitudes. A arrogância, a falta de honestidade, a falta de carácter, a falta de humanismo. Isto, obviamente, a propósito da entrevista que O PADRINHO concedeu, hoje, a um diário desportivo da nossa praça (para mais pormenores, aceda a http://www.ojogo.pt/22-230/artigo584061.htm).

Então não é que, no meio de tanta estupidez, a besta negra do futebol nacional conseguiu afirmar coisas como “Caso Mateus foi a cereja em cima do bolo do Benfica” ou “Não me surpreendem as escutas ao Presidente do Benfica”? Logo ele, que é especialista em escutas telefónicas, ele, que através de um dos seus instrumentos de guerrilha – os SUPER MORCÕES – fez com que desaparecessem do Tribunal de Gondomar alguns documentos onde estavam transcritas escutas que o incriminavam no processo APITO AZULADO, ele, que foi previamente avisado por um ex-inspector da JUDITE sobre as buscas que iam ser feitas na sua casa, de modo a poder “limpar” todo e qualquer documento que pudesse incriminá-lo e a ter tempo de se refugiar na Galiza… ele, que pagou, via contas bancárias do FêCêPê, viagens ao Brasil a árbitros de futebol, ele, que serviu frutas, rebuçados e café com leite a árbitros que iam apitar jogos do seu clube… ele, que colocava homens armados no túnel do antigo Estádio das Antas (Guarda Abel e respectivos capangas), para intimidar tudo e todos… ele, que inundou com produtos tóxicos (cloro e outros) o balneário em que o Benfica deveria equipar-se no célebre jogo em que César Brito bisou na pocilga… ele, que ofertou relógios de colecção a árbitros que se deslocaram à pocilga para apitar jogos da porcalhada nas competições da UEFA… Logo ele, este mafioso que domina os meandros do futebol em Portugal há quase três décadas?? Francamente, haja paciência, porque o que é demais parece mal…

Como é possível que ainda haja – e a verdade é que ainda há – quem dê atenção a um bandido que se envolve, publicamente, com uma prostituta, elevando-a à condição de rainha, enquanto ela vai rodando entre os elementos do principal grupo de bandidos do seu clube, os já referidos SUPER MORCÕES, para pouco tempo depois a espancar, na sua residência, juntamente com alguns dos seus capangas? Como é possível que se dê tempo de antena a um sujeito que procura, sempre que pode, incendiar a opinião pública afecta ao seu clube, por forma a que esta se revolte contra tudo o que seja vermelho? Seria estranho se estivéssemos num país com uma Justiça efectiva e eficaz, mas é perfeitamente normal num país onde o crime continua a compensar, e onde futebol e política estão envolvidos por um mesmo polvo gigante que teima em manter-se à superfície, sem se preocupar, sequer, em camuflar-se.

E, por estranho que pareça, quando uma Instituição honrada – o SPORT LISBOA E BENFICA – através da figura do seu presidente – LUÍS FILIPE VIEIRA – denuncia toda esta podridão às autoridades competentes, numa clara tentativa de limpeza definitiva de todo o lixo a que Carlos Queirós se referiu, há muitos anos, no Estádio de S. Siro, após um Itália – Portugal, estranhamente, vê-se SOZINHA (a instituição Benfica) nessa luta contra a MAFIA. Pois bem, mais vale sós e de cabeça levantada, do que mal acompanhados e comprometidos com o sistema, ou de rabo preso, como diz a sabedoria popular, que raramente se engana. Enquanto isso, resta aguardar que o PADRINHO deixe a presidência do seu clube, pois, nesse momento, será engavetado, como foi, e bem, um antigo presidente do nosso clube.

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